Paciente jovem com câncer de mama localmente avançado a esquerda em 2023, submetida a tratamento inicial com quimioterapia neoadjuvante com resposta clínica parcial sendo necessária realização de mastectomia simples com reconstrução imediata com prótese Motiva Full 550cc.
Optado por simetrização mamária em 2024 em segundo tempo cirúrgico, tendo em vista a complexicidade da primeira cirurgia. Realizada mastopexia da mama direita com utilização de pedículo súpero-medial para vascularização do complexo aréolo papilar associado a implante de prótese de silicone Estyme moderada 225cc em plano submuscular dualplane. A proposta de associação de prótese aditiva à mastopexia tem como objetivo atingir maior chance de simetria de polo superior mamário a longo prazo. Além disso, foi realizado enxerto livre do excedente de pele da aréola e papila direita em plastrão de mama esquerda para confecção de novo complexo aréolo-papilar.
No caso de mamas grandes, também conhecidas como gigantomastias, a simetrização em secundo tempo cirúrgico pode ajudar no alcance de maior simetria e reduz a chance de complicações que possam atrasar os tratamentos complementares, como radioterapia. O tratamento adequado do câncer de mama e realizado em tempo correto é sempre o objetivo principal da cirurgia inicial.
Os enxertos livres são caracterizados pela remoção de um segmento de pele, que pode ser do próprio paciente (autólogo) ou de um doador (aloenxerto). Como complicação cirúrgica pode-se ter a necrose parcial ou total do enxerto, que ocorre na minoria dos casos, ou áreas de perda da pigmentação cutânea, mais frequentes. No caso da mama, para reconstrução do complexo aréolo-papilar pode ser utilizado tecido excedente da mama contralateral ou tecido da região inguinal, que possui pigmentação muito semelhante à aréola.
Cada detalhe foi pensado para alcançar simetria e harmonia, mostrando que é possível tratar o câncer sem abrir mão da autoestima.
Cuide-se, faça seus exames regularmente e lembre-se: sua saúde vem em primeiro lugar!
Foto publicada com autorização da paciente. A Resolução CFM nº 2.336/23 permite a divulgação de imagens com caráter educativo.
